Quando a jardineira vem lhe afagar.
O poeta só escreve
quando a moça vem lhe inspirar.
A moça só fica bonita
Quando põe o vestido
O laço de fita
E o batom colorido.
O poeta só faz seu oficio
Se a moça vier
Ai que sacrifício
Depender dessa mulher.
Na noite sai a moça
Com a boca vermelha
A alma cor de rosa
Com uma flor se assemelha
E com estranho não tem prosa.
O poeta se arruma,
Ela não vem,
Procura e não encontra nenhuma,
Outra não lhe convém.
A moça bate na porta,
Encontra o poeta e lhe dá um abraço,
- Como está?
- O que importa? Hoje vai escrever sobre o meu laço.
Margarida Moreira