domingo, 15 de fevereiro de 2015

Sobre uma moça que queria casar

Era uma vez uma moça,
dessas bem jovens,
que encontrou um amor,
o amor noutra moça,
e com ela tanto queria casar.

Pedia,
insistia,
pedia de novo,
de joelhos,
de aliança,
de sorriso,
e de chorar,
pedia,
pedia,
e pedia,
e nunca ouvia não,
mas ainda sim insistia
em da outra pedir a mão.

Moça jovem,
de pensamentos ligeiros,
arquitetava,
sondava,
e a pedir continuava,
escrevia-lhe cartas,
poesias sem fim,
canções na janela,
flores numas manhãs,
e paixão numas noites.

A moça pedia,
insistia,
e então sorria
com o sim que da amada recebia.

Eram assim duas moças,
uma que queria casar,
outra que dizia:
- Sim.

Numa valsa interminável,
de pedidos,
respostas,
e amor sem fim.

Para Ser

Enquanto poeta
Preciso desse instante
Dessa paixão secreta
Desse amor delirante.

Para ser poesia
Preciso dessa moça
E de sua alegria
Que a tudo endoça.

Para ser mulher
Preciso desse corpo
E de me preparar para quando vier
Me amar e me deixar morto.

Para ser humana
Preciso dessa dor
E de ter-te em minha cama
E do seu amor.