30/05/2023
Tem dias que me sinto como os barcos suicidas,
vagando no vazio,
batendo em outros navios,
navegando a esmo.
Sinto o vento, que deveria levar,
mas pouco obedeço.
Sinto as ondas,
enjoo,
mas não saio do lugar.
Os motores já falharam,
a tripulação se foi,
resta apenas casco
de corredores nus e cabines depenadas.
Fora existe o mar
o céu e o vento
dentro existe a dúvida sobre o caminho que não se mostra
a dúvida se haverá praia para ancorar
a dor da maresia raspando na proa
a dor do sol as velas a queimar