quarta-feira, 31 de maio de 2023

30/05/2023


Tem dias que me sinto como os barcos suicidas,

vagando no vazio,

batendo em outros navios,

navegando a esmo.

Sinto o vento, que deveria levar,

mas pouco obedeço.

Sinto as ondas,

enjoo,

mas não saio do lugar.

Os motores já falharam,

a tripulação se foi,

resta apenas casco

de corredores nus e cabines depenadas.

Fora existe o mar

o céu e o vento

dentro existe a dúvida sobre o caminho que não se mostra

a dúvida se haverá praia para ancorar

a dor da maresia raspando na proa

a dor do sol as velas a queimar